São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Metalúrgicos iniciam campanha por emprego

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo inicia hoje pela manhã uma série de assembléias na porta de empresas do setor com a finalidade de conscientizar os empresários e trabalhadores para a necessidade de se criar novos empregos.
A decisão foi tomada depois que o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo suspendeu, na última quinta-feira, algumas cláusulas do acordo coletivo assinado entre o sindicato e oito sindicatos patronais ligados à Fiesp.
O acordo prevê a redução de alguns encargos sociais pagos pelas empresas para a geração de mais empregos no setor.
"Vamos mobilizar os trabalhadores para o que é mais importante hoje, o emprego", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Ele estará presente hoje às assembléias na fábrica de fogões Continental 2001, às 6h, no Ipiranga, e na Pado (fechaduras), às 7h, na Mooca. Durante o dia o sindicato pretende visitar mais de cem empresas, disse Paulinho -serão cerca de 80 carros de som percorrendo as fábricas.
Na próxima quarta-feira, dia 28, os metalúrgicos farão uma manifestação em frente ao prédio da Procuradoria Regional do Trabalho (região central).
Foi a Procuradoria que entrou com a ação no TRT pedindo a suspensão das cláusulas do acordo. Segundo Paulinho, "a atitude da Procuradoria foi uma intromissão indevida".
Hoje à tarde haverá uma audiência de conciliação no TRT sobre o acordo. A audiência, marcada pelo presidente do Tribunal, juiz Rubens Tavares Aidar, pretende fazer com que as partes cheguem a um acordo, ou seja, que as cláusulas prevendo a redução de encargos sejam revistas.
Paulinho disse não deverá haver acordo na audiência, "porque já há acordo entre o sindicato e as empresas". Ele espera que o TRT apresente alguma proposta alternativa que permita a contratação de mais trabalhadores.
Os departamentos jurídicos do sindicato e do grupo 19-3 da Fiesp (que assinou o acordo) devem estudar, nos próximos dias, alternativas para legalizar as cláusulas suspensas pelo TRT.
As sugestões serão encaminhadas ao ministro do Trabalho, Paulo Paiva, para servir de subsídio à alteração na legislação trabalhista.
Há três cláusulas consideradas ilegais no acordo: contratação sem registro em carteira, não-depósito do FGTS (seria substituído por depósito em conta bancária) e redução da contribuição da empresa à Previdência Social.

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