São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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SP domina a Superliga de vôlei com 'forasteiras'

DA REPORTAGEM LOCAL

As equipes de São Paulo exercem uma hegemonia no vôlei feminino, mas o orgulho estadual é em boa parte resultado do desempenho das jogadoras de outros Estados e até do exterior.
Nas semifinais da Superliga feminina 95/96, que começam amanhã com a partida entre BCN e Trasmontano, os quatro equipes que lutam por estarem na decisão são paulistas.
A equipe que conta com mais 'forasteiras' é o BCN, que tem sede na cidade litorânea do Guarujá.
Além da levantadora peruana Rosa Garcia, o time foi buscar em Minas as pontas-de-rede Fernanda Doval, Leila e Hilma. Afora elas, trouxe de volta ao Brasil Ida, que estava jogando no Campeonato Japonês da modalidade.
O treinador da equipe, o carioca Cláudio Pinheiro, é mais um componente de fora.
O BCN tem a segunda melhor campanha da Superliga, com 17 vitórias e 3 derrotas.
A equipe de Guarujá só é superada pelo invicto time do Leite Moça, de Sorocaba (87km a oeste de São Paulo).
Para tanto, o Leite Moça teve o auxílio das meios-de-rede Ana Paula (mineira) e Josiane (gaúcha) e da ponta brasiliense Ricarda.
Além delas, foi importante para a campanha do time interiorano a ponta catarinense Ana Moser, que desfalca a equipe nesta fase decisiva porque sofreu uma operação no joelho direito.
Nestas semifinais da Superliga, o Leite Moça vai ter pela frente o Sollo, da cidade de Tietê (150 km a noroeste de São Paulo), que conta entre suas titulares com a levantadora mineira Denise, as meios-de-rede Bia (carioca) e Sandra (capixaba).
O quarto paulista na decisão do vôlei feminino, o Trasmontano, de Ribeirão Preto (319 km a norte de São Paulo) contratou a ponta-de-rede mineira Estefânia e repatriou da Itália, onde jogava no Sumirago, a ponta Vera Mossa.
O técnico também é um 'forasteiro': Chico Santos, apesar ter feito carreira no interior paulista, é natural de Pará de Minas.
A vinda de profissionais de outros Estados para São Paulo é explicada pela melhor infra-estrutura que a modalidade conquistou nos clubes locais, que contam ainda com os melhores patrocinadores.
O domínio de São Paulo já começa pelo número de times na competição.
Mas o cenário nem sempre se apresentou dessa maneira.
Durante a década de 70, quando aconteceram as primeiras tentativas de um torneio nacional, o Rio de Janeiro levava todos os títulos, com as equipes do Fluminense e Flamengo se revezando como campeãs brasileiras.
Na década posterior, os times cariocas começaram a dividir os títulos com os paulistas.
Para o Rio, venceram o Atlântica (84), Supergasbrás (83, 85 e 86), e Lufkin (87), enquanto Paulistano (82) e Sadia (88/89 e 89/90) conseguiram o troféu nacional por São Paulo.
A partir da temporada 88/89, as equipes paulistas começaram a dominar -somente na Liga de 92/93, o time do L'Acqua di Fiori, de Minas Gerais, conseguiu o título inédito para o Estado.
A equipe mineira foi desmontada na temporada passada, com muitas jogadoras vindo parar em terras paulistas.
Pelos prognósticos, a luta pelo título da 2ª edição da Superliga, a antiga Liga nacional, deve ficar entre BCN e Leite Moça. As duas equipes fizeram a final do ano passado, com o Leite Moça ficando com o título.

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