São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Policial observa lado humano dos tiras

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

O que distingue "Os Novos Centuriões" (CNT/Gazeta, 20h) da massa brutal (em todos os sentidos) de filmes policiais é o fato singular de seus personagens terem existência.
Os parceiros de "Os Novos Centuriões" são de outra natureza. À parte terem seus problemas com bandidos, podem se ver, como George C. Scott, às voltas com uma profunda depressão. Ou, como Stacy Keach, serem abandonados pela mulher.
São humanos antes de serem profissionais, e é essa humanidade que o filme de Richard Fleischer põe em relevo com sensibilidade, com a ajuda de George C. Scott, um dos maiores atores do sonoro.
Vale destacar essa qualidade de Fleischer que tão bem o credencia a dirigir o filme. É também humano antes de ser profissional, e pode alternar filmes sem o menor interesse com outros marcantes.
Mas, sempre que tem nas mãos um roteiro com algo a dizer, seja ele "20 Mil Léguas Submarinas" ou "No Mundo de 2020", não dá para trás.
Embora tenha tido bons filmes, com orçamento alto, nas mãos, nunca saiu do limbo a que é condenada boa parte dos cineastas americanos: faz um filme para si e três para o gosto dos produtores.
Esses últimos em geral têm interesse restrito e valem por alguns momentos em que o diretor impõe seu talento sobre o nada.
Vale atentar para a exibição, hoje, do inédito "Impróprio para Menores", de Peter Bogdanovich, às 22h40. A Globo havia anunciado o filme para amanhã, mas de última hora o reprogramou para hoje.

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