São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Islamismo marca extremo ocidente chinês

FRED MADERSBACHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Não quero competir com seu livro-guia ou com sua agência de viagem, mas você poderá tomar um avião para o extremo ocidente do continente que é a China de 1,2 bilhão de habitantes e visitar a cidade de Kashgar (ou Kaxi: a grafia dos nomes é errática).
Capital da China muçulmana (aproximadamente 15 milhões de chineses rezam para Alá), a cidade de Kashgar tem mais de 160 mil habitantes e situa-se num oásis na periferia do temível deserto de Taklamakan, na Região Autônoma de Xinjiang Uygur, perto da fronteira com o Tadjiquistão.
Kashgar foi conquistada nos séculos 10 e 11 pelos uigures turcos, que até hoje dominam a vida da cidade e conservam zelosamente a religião islâmica, seus costumes e o seu idioma.
Na Revolução Cultural, desencadeada pelo líder comunista Mao Tse-tung a partir da década de 1960, perderam-se as muralhas e portões da cidade velha, mas não as cerca de 90 mesquitas, entre elas o mausoléu de Abaq Hoja, que reinou no século 17, e a mesquita de Id-Gah.
Fundada possivelmente no século 9º, a mesquita foi inúmeras vezes restaurada -pela última vez em 1981. É o maior monumento muçulmano da China. Domina a praça principal, que também abriga lojas, cafés, salas de sinuca, fotógrafos lambe-lambe, camelôs e milhares de bicicletas.
Mercado
O melhor dia para visitar Kashgar é o sábado, pois o famoso mercado de domingo é um espetáculo interessante onde há de tudo: gado, madeira de construção, roupas, sapatos, tapetes, móveis e utensílios domésticos feitos na cidade e todos os tipos de alimentos que são servidos em estandes e em botequins.
Destacam-se do todo os velhos de barba, as mulheres de véu em vestidos coloridos e os garis que incansavelmente varrem a poeira do deserto, continuadamente trazida pelo vento.
Urumqi é a capital de Xinjiang Uygur, hoje uma Província industrial com talvez 1 milhão de habitantes, dos quais dois terços chineses han e mais 13 nacionalidades minoritárias com apenas 20% de muçulmanos. Do passado sobrou pouco: a cidade velha com as muralhas foi "sanada" -destruída.

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sobre a China às 6-15 e 6-16

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