São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996
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Escritor sofre com usurpação estrangeira

MARCELO REZENDE
DO ENVIADO ESPECIAL A ACAPULCO

Um dos orgulhos de Acapulco, além dos importados Tarzan e Elvis Presley, é o nacional escritor acapulquenho José Augustín, que fez do lugar um de seus grandes e preferidos temas.
Augustín, em seus contos e romances, pensa a cidade como uma "metáfora de toda a condição nacional". O que significa ver Acapulco como uma grande terra dominada -e eventualmente usurpada- por estrangeiros.
Uma idéia que é evidente em dois de seus principais trabalhos: "Se Está Haciendo Tarde" e "Das Horas de Sol". O curioso é que prefere pensar Acapulco desde sua casa na Espanha.
Menos rigor
Bem menos rigorosa é Guadalupe Loaeza, uma das grandes damas da literatura mexicana atual.
Depois de um belo auto-exílio em Paris, Guadalupe se tornou uma espécie de cronista -ácida- dos costumes da elite acapulquenha, sempre desejosa de maior sofisticação.
Em "Manual de La Gente Bien", seu último trabalho lançado, ela assume a ironia e escreve uma versão bem-humorada de um típico manual de comportamento.
Entre vários verbetes sobre como "tomar aperitivos" ou o que significa para uma mulher ter um bigode, Guadalupe encontra a melhor descrição da cidade de Acapulco, criando um verdadeiro "guia do bem viver" para a cidade (veja quadro nesta página).
Ainda que menos profunda do que Augustín e distante da seriedade de Octávio Paz -grande estrela das letras mexicanas-, Guadalupe Loaeza é a primeira dama do espírito do país.

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