São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 1996 |
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População odeia Elvis Presley
MARCELO REZENDE
Enquanto os turistas se afogam em bebidas tropicais, um grupo escala as pedras e, depois de pedir a bênção a Nossa Senhora de Guadalupe, salta de uma altura de 39 metros em troca de US$ 7. Os Clavadistas -que atuam como salva-vidas nas praias- começaram seus saltos em 1934 e logo se transformaram em sensação aos olhos dos visitantes. Um espetáculo que acontece também à noite, quando seguram tochas na escuridão e repetem seus saltos em direção ao mar. Essa tradição foi popularizada por Elvis Presley em "O Seresteiro de Acapulco" (1962), onde um dublê reproduzia na tela o ato de heroísmo vivido pelo personagem. Hoje, seu nome não evoca boas lembranças. Elvis é odiado porque teria dito que "preferia beijar uma negra" a ter que fazê-lo com uma mexicana. Outro eco desses anos é o hotel Flamingo, um prédio construído nos anos 30 e que foi o lar de uma "gangue" de atores, como John Wayne e Johnny Weissmuller, este último conhecido por ter sido o mais famoso Tarzan do cinema. Weissmuller terminou seus dias como relações-públicas do hotel, tentando dar seu grito cinematográfico para os norte-americanos em férias. Foi também no Flamingo que morreu quase esquecido, sofrendo as consequências de um alcoolismo progressivo. Hoje os quartos do hotel são alugados por preços que dificilmente ultrapassam os US$ 20, com as fotos de Weissmuller espalhadas pela recepção. (MR) Texto Anterior: Escritor sofre com usurpação estrangeira Próximo Texto: Cidade disputa turista com Cancún Índice |
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