São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 1996![]() |
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Pressões começam nas campanhas eleitorais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O lobby dos diversos grupos econômicos sobre o Congresso e os governos federal e estaduais começa nas campanhas eleitorais.Empreiteiras, bancos, siderúrgicas, metalúrgicas e usinas de açúcar fizeram doações para a campanha de candidatos à Câmara e ao Senado, aos governos estaduais e à Presidência da República. Dados sobre as doações em 13 Estados, extraídos dos computadores do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostram que o custo oficial das campanhas em todas essas esferas de poder chegou a R$ 125 milhões nas últimas eleições, conforme revelou a Folha em setembro do ano passado. As empreiteiras lideraram o ranking com R$ 26,3 milhões, dos quais R$ 5,4 milhões foram doados à campanha de parlamentares. Os bancos deram R$ 16,2 milhões. Para os candidatos ao Congresso, foram R$ 3,6 milhões. Esses grupos têm interesses em jogo no Congresso e nos governos. O Congresso mantém intocada há sete anos, por exemplo, a reserva de mercado para bancos nacionais. Criada pela Constituição de 88, a regra deveria ser transitória. A ação das empreiteiras é mais forte na Comissão Mista de Orçamento. Os lobistas dessas empresas articulam a apresentação e a aprovação de emendas que destinam recursos às suas obras. O setor sucro-alcooleiro doou R$ 3,4 milhões nas eleições de 94, dos quais R$ 1,6 milhão para candidatos que concorreram em São Paulo. As empresas siderúrgicas doaram R$ 3,9 milhões, e as metalúrgicas, R$ 2,9 milhões. O setor de saúde privada colaborou com R$ 5,8 milhões para as contas dos candidatos. Três seguradoras deram, juntas, R$ 4,7 milhões. As empresas privadas do setor de telecomunicações investiram R$ 1,6 milhão na campanha. Texto Anterior: Lobby do Proálcool forma a maior bancada do Congresso Próximo Texto: Governo e usineiros tentam acertar contas Índice |
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