São Paulo, sexta-feira, 23 de fevereiro de 1996
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CUT teme revisão do acordo

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não temos compromisso com o relatório", declarou ontem o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, referindo-se ao parecer do deputado Euler Ribeiro (PMDB-AM), relator da emenda da reforma da Previdência.
O relatório, segundo Vicentinho, omite pontos acordados com as centrais sindicais nas negociações da reforma e não aborda outros que a CUT quer discutir, como a aposentadoria especial dos parlamentares.
A principal preocupação de Vicentinho na retomada das negociações, no próximo dia 27, é que exista "quebra da credibilidade" e não se respeite o que já foi acertado: "Se isso ocorrer, o processo negocial será prejudicado", disse.
Apesar da desconfiança de Vicentinho em relação ao parecer, o líder do partido do governo na Câmara, José Aníbal (PSDB-SP), afirmou que, "se houve pontos realmente acordados, não haverá dificuldade em colocá-los no relatório".
Aníbal disse que existe "convergência amplamente majoritária" em favor da extinção do IPC (Instituto de Previdência dos Congressistas).
O líder do PSDB disse que o relatório de Ribeiro "constitucionalizou" o IPC. "A primeira coisa a ser feita será retirar esse ponto do relatório, por meio de um DVS (Destaque para Votação em Separado)."
O presidente da CUT disse que se encontrará na semana que vem com o ministro da Administração, Luiz Carlos Bresser Pereira, para discutir a reforma administrativa.
"Não gostaria que no processo de discussão da reforma administrativa acontecessem os problemas sucedidos nas negociações da reforma da Previdência", disse Vicentinho.
Um dos problemas, disse ele, foi a confusão na troca de informações: "Cada vez mais as informações devem ser canalizadas. As pessoas devem assumir a responsabilidade do que disseram". Vicentinho acha errado começar a discutir reforma administrativa pelo fim da estabilidade do servidor.

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