São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996
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Consultor faz família aprender a atirar

Sua filha foi vítima de assaltante

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

A experiência de ter passado por uma situação violenta tem levado paulistanos de classe média a andar armados.
Na família D'Andrea, moradora do Jardim Prudência (zona sul), pai e filho carregam armas, e as duas filhas, que fizeram curso de tiro, são capazes de utilizar o revólver e a pistola guardados em casa, em caso de assalto.
"Eu comecei a andar armado depois que a minha filha e uma amiga ficaram mais de cinco horas em poder de um assaltante", disse o consultor de informática José Carlos D'Andrea.
O consultor conta que já sacou a arma duas vezes. "Nas duas vezes, os suspeitos fugiram. Não houve troca de tiros."
O consultor é favorável a uma "carteira de habilitação de uso de arma", que capacitaria uma pessoa a andar armado e seria um documento indispensável na compra de um revólver.
Mônica D'Andrea, 28, disse que se interessou em aprender a atirar por influência do pai, mas não anda armada. "Caso precise, eu sei muito bem como utilizar, mas dentro de casa. A arma só deve ser usada por quem sabe manuseá-la", disse Mônica.
Sua irmã Daniella, 20, também sabe atirar, mas usa a arma somente como esporte. Ela prefere pessoas que andam desarmadas. "Namorado, só sem arma. Ninguém sabe a reação dos outros em uma situação violenta."
Já o estudante de engenharia Rodrigo Kerr Maia, 25, não sai de casa sem sua pistola 380. "Sinto-me mais seguro porque sei usar uma arma de fogo."

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