São Paulo, sábado, 24 de fevereiro de 1996
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EUA registram menor taxa de crescimento desde 1991

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

A economia norte-americana cresceu 2,1% em 1995, o índice mais baixo desde 1991, quando o país estava em recessão.
Para o governo Clinton, a notícia não poderia ter vindo em pior momento.
O presidente conta com o bom desempenho econômico do país durante sua administração como o principal trunfo para a eleição presidencial de novembro.
Em 1994, o crescimento da economia havia sido de 3,5%.
O período de menor crescimento em 1995 foi o quatro trimestre (0,9%). Entre as explicações: as diversas tempestades de neve na costa leste, a paralisação parcial do governo federal e o aumento da insegurança coletiva em relação à manutenção do emprego.
Otimismo
A Casa Branca, sede do governo norte-americano, anunciou que, apesar do baixo índice de crescimento no quarto trimestre, há indícios de que o segundo trimestre deste ano será melhor.
O banco central dos EUA (Federal Reserve) prevê que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 1996 será de 2,5%.
A Casa Branca diz que será de pelo menos 2,7%. A maioria dos economistas fala em 2,2%.
Se a balança comercial norte-americana não tivesse tido desempenho acima do esperado, o quarto trimestre do ano passado teria registrado diminuição no PIB, em relação a 1994.
Para vários analistas, esse elemento indica que o país pode estar caminhando para uma nova recessão, similar à do início da década.
Os economistas do governo dizem que não e que os baixos índices de inflação garantem o desenvolvimento sustentado.
O governo afirma ainda que um dos fatores para a freada na economia, registrada em 1995, foi a política de juros altos, estabelecida pelo banco central a partir de 1994, com o objetivo de manter a inflação controlada.
Agora, o governo acha que o banco central deveria cortar as taxas de juros uma vez mais para impedir que os perigos de recessão aumentem.
Se isso for feito, acreditam seus assessores, Bill Clinton será o primeiro presidente desde Lyndon Johnson em 1964 a disputar a reeleição sem nenhum período de recessão na economia.

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