São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Comerciário quer comprovar tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

O comerciário Filadelfo Moreira Prado, 49, vive no Jardim Santo André. Conta que começou a trabalhar aos 10 anos, na roça da família em Populina (620km a noroeste de São Paulo).
Depois, durante dois anos e oito meses foi "retireiro" (tirava leite das vacas e cuidava da criação) na fazenda de um tio em Votuporanga (SP). Aos 16, veio para São Paulo, empregando-se em um bar, sem carteira assinada. O lugar onde trabalhou por um ano já não existe.
O primeiro registro em carteira obteve na Labortex, indústria de medicamentos, antes de tornar-se comerciário. Há 15 anos trabalha numa loja de departamentos.
Com base em 31 anos de carteira assinada entrou com pedido de aposentadoria proporcional. O INSS não aceitou a carta do tio declarando que ele trabalhou na fazenda. Filadelfo terá de apresentar documento da empresa que comprove vínculo (crachá ou recibo).
Ele diz que não vai desistir de seus dois anos e oito meses de trabalho (os 12 meses sem carteira assinada no bar, ele não tem como recuperar). Quando se aposentar, receberá 76% da média dos últimos 36 salários de contribuição.
Ele ganha cerca de 16 salários mínimos. Sua aposentadoria não poderá exceder o teto de R$ 832,66, que a proposta do governo amplia para R$ 1.000,00.
Se esperasse a aprovação do projeto do governo para pedir aposentadoria poderia acumular anos de contribuição e receber um pouco mais como aposentado.

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