São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Publicitários não crêem em marketing nas férias

LUCIA MARTINS; AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O marketing no Brasil ainda padece de uma superstição: a de que as pessoas em férias não estariam atentas a qualquer forma de publicidade.
A observação é do publicitário Sérgio Graciotti, presidente da Graciotti Associados. Segundo ele, não "existe razão alguma para essa crença". Ele acredita, ao contrário, que as férias sejam o momento de grandes oportunidades. "É quando o concorrente está quieto que se deve agir."
Graciotti reconhece, no entanto, que grandes campanhas só são fechadas em março.
Essa cultura vem mudando, diz Marino Lobello, diretor-geral da Prêmio Editorial, especializada em comunicação empresarial.
O faturamento da Prêmio cai para um quarto nos meses de janeiro e fevereiro. "Mas já foi muito pior dez anos atrás quando tudo parava no país", afirma.
Segundo ele, "as empresas não estão podendo mais se dar ao luxo de trabalhar apenas dez meses por ano. Estão acordando para o fato de que janeiro e fevereiro existem. Não são mais meses perdidos."
Já que muitas campanhas só são fechadas em março, os publicitários estão vendo nos meses de férias o melhor período para se fazer planejamento. Já os investimentos na mídia aumentam progressivamente de janeiro até dezembro.
Segundo a revista "Meio e Mensagem", esses investimentos foram de US$ 322,4 milhões em janeiro de 95, US$ 313,8 em fevereiro, US$ 345,3 em março, até atingir US$ 521 milhões em dezembro.
Leonardo Brant, da L.BR Publicidade, diz que do Natal até esta quinta-feira "nada aconteceu". Passada a Quarta-Feira de Cinzas, publicitários associados em todo o país começaram a telefonar.
"Pelo menos três deles me desejaram feliz Ano Novo", disse Brant. "A sensação era de euforia: até que enfim o ano vai começar."
Este novo ano promete muito para Brant. "Trabalho com propaganda política e é um ano eleitoral."
(AB e LM)

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