São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aglomerações facilitam o contágio de conjuntivite

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

As aglomerações do Carnaval e as altas temperaturas do verão são o cenário mais propício para contrair conjuntivite, uma doença nos olhos que, apesar de não ser grave em sua fase inicial, causa bastante transtorno.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, ou seja, do tecido que cobre a parte interior das pálpebras (veja quadro abaixo).
Apesar de ter várias causas possíveis, há basicamente dois tipos de conjuntivite. A primeira é provocada por um vírus semelhante ao da gripe.
Segundo o oftalmologista Carmo Mandia Júnior, como na gripe, não há tratamento específico contra a doença, mas sim contra os sintomas.
Esse tipo de conjuntivite provoca basicamente vermelhidão, lacrimejamento, sensação de corpo estranho no globo ocular -a famosa "areia"- e fotofobia, ou seja, sensibilidade à luz.
"Normalmente, a doença dura de 5 a 10 dias, com um início muito sintomático, seguido por um período estável e então a cura espontânea", afirmou Mandia.
O tratamento indicado são os colírios lubrificantes ou adstringentes, que fariam a função de lágrimas artificiais.
Outra opção são as compressas geladas feitas com água boricada, soro fisiológico ou até chá de camomila. Contra a fotofobia, a única alternativa é o uso de óculos escuros e paciência.
O oftalmologista e professor da USP e da Unicamp, Nilton Kara José, faz duas recomendações: não coçar os olhos e não usar qualquer tipo de colírio.
O portador de uma conjuntivite deve ainda evitar aglomerações e manter contato muito próximo com outras pessoas (como beijos, por exemplo) e deve lavar as mãos várias vezes ao dia.
Os motivos, segundo Mandia, são evitar o contágio de outras pessoas e também impedir que a conjuntivite seja infectada por bactérias, o que agrava o quadro.
A conjuntivite bacteriana tem basicamente os mesmos sintomas da viral. Segundo Kara, ela é a mais frequente.
Na bacteriana é mais comum a incidência de secreção nos olhos. "O aparecimento de secreção não significa que seja uma conjuntivite bacteriana, mas sim que há maior probabilidade de que seja", disse.
O tratamento desse tipo de conjuntivite é feito com colírios antibióticos, aplicados com bastante frequência no início.
Caso não se combata a doença, as bactérias podem provocar outras lesões no olho como ulcerações da córnea.
Os tratamentos sempre devem ter acompanhamento médico. "Os sinais típicos da conjuntivite também podem ser os sintomas iniciais de outras doenças mais graves, como a ceratite (inflamação na córnea)", afirmou Mandia.

Texto Anterior: TVs param de exibir reprises só em março
Próximo Texto: Paulistas se contaminam no Rio
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.