São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Consumidores elogiam rapidez

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Marcelo Formagio, 24, zelador, foi na última quinta-feira à Casas Bahia da rua 24 de Maio, no centro de São Paulo, para adquirir sua primeira máquina fotográfica.
Optou pelo pagamento a prazo -quatro vezes, sem entrada- e gostou da rapidez na liberação do crédito.
A entrevista da funcionária da loja com Formagio demorou cerca de dez minutos. A aprovação do crédito, mais 17 minutos.
"Já foi bem pior. Cheguei a desistir de várias compras por causa do processo de crediário demorado", conta Formagio.
A máquina fotográfica que, à vista, custava R$ 69,00 saiu por R$ 83,20 (quatro prestações de R$ 20,80). "O que está ruim é a taxa de juros, de 8% ao mês."
Formagio diz que normalmente compra a prazo. "Acabei de quitar um carnê na Arapuã. Também sou cliente da G. Aronson."
Ele diz que começou a utilizar o sistema de crediário das lojas depois que se casou -há nove meses. "Agora, como a despesa é maior, tenho que entrar no crediário."
A poucos metros da Casas Bahia, no Mappin, na praça Ramos, Maria de Lourdes Fernandes Barros aprovou a agilidade na liberação do crédito para a compra de material escolar para a filha Naiane, 9.
"Tudo demorou cinco minutos, porque já sou cliente do Mappin", diz ela. A compra de Maria de Lourdes foi de R$ 32,50. Decidiu parcelar em duas vezes sem entrada -duas prestações de R$ 20,50.
Assim como Formagio, ela não tinha do que reclamar da rapidez na liberação do crédito. Mas não gostou das taxas de juros -em torno de 10% ao mês.
"Mesmo assim, compro a prazo. Não tenho dinheiro para pagar à vista."
Calote
O interesse das financeiras em modernizar o sistema de concessão de crédito é também se proteger de um possível calote.
Esse é um dos motivos que está fazendo com que o Banco Cacique e a Credial, por exemplo, invistam pesado nesse setor.
"O sistema mais ágil diminui o risco da inadimplência", diz Wanderley Vettore, diretor do Banco Cacique.
Antonio Celso Agostine, diretor da Credial Financeira, conta que o atraso no pagamento do crediário superior a 120 dias ainda é elevado na sua empresa.
Hoje, responde por 12% das vendas a prazo. Em março de 95, chegou a 20%. E a média histórica é de 9%.
(FF e MCh)

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