São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Cliente deve evitar longo prazo

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O consumidor deve evitar o crediário de longo prazo, em dez ou mais prestações, apesar de as taxas de juros estarem em rota decrescente. Essa é a recomendação de especialistas do varejo.
"A regra número um é só comprar em dez ou mais prestações em último caso", diz José Augusto Silveira, vice-coordenador do Programa de Varejo (Provar) da Universidade de São Paulo.
Segundo ele, os juros de 8% ao mês ainda são extorsivos. E o consumidor deve optar por adiar a compra até que a taxa de juros se acomode em um patamar mais razoável.
Outra alternativa é adiar a compra para poupar a quantia suficiente para adquirir o bem à vista.
Prazo curto
Para Silveira, o consumidor só deve optar pelo pagamento parcelado, em até cinco vezes, quando o preço à vista for igual ao preço a prazo. Isto é, quando a loja não oferecer descontos no pagamento à vista.
Nesse caso, explica ele, o que justifica a preferência pelo crediário mais curto é o fato de o consumidor poder aplicar o dinheiro que gastaria na compra à vista no mercado financeiro.
Mas pechinchar continua sendo a palavra de ordem para quem quer fazer uma boa compra à vista.
A dúvida mais comum entre os consumidores é saber qual o percentual de desconto razoável e vantajoso nesse caso.
Levando-se em conta as atuais taxas de mercado, tanto para as aplicações financeiras como os juros cobrados do consumidor, Silveira recomenda os seguintes percentuais de descontos para compra à vista de eletrodomésticos, eletrônicos e móveis.
Quando a loja anuncia, por exemplo, que o preço à vista é igual ao preço em até três vezes, diz Silveira, o consumidor pode começar pedindo abatimento de 10% e ir reduzindo o percentual.
Não deve, no entanto, fechar negócio com um desconto menor do que 3%.
Motivo: rendimento de 2% é garantido no mercado financeiro. Daí, não se torna interessante comprar à vista, diz o consultor.
No caso do pagamento em quatro vezes, o desconto deve oscilar entre 5% e 15%. Para o plano em cinco vezes, entre 6% e 20%, recomenda o consultor.
Nos três casos, diz ele, descontos de 6,5% (em três vezes), 10% (em quatro vezes) e 13% (em cinco vezes) são percentuais recomendados. Isso torna o negócio vantajoso para o comprador e para a loja.
(MCh)

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