São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Portugal tem 1 estrangeiro em cada 5 atletas

JAIR RATTNER
DE LISBOA

A inscrição de jogadores estrangeiros em Portugal terminou em dezembro, mas só agora os portugueses estão terminando a contagem dos números.
Nos campeonatos das cinco divisões do futebol adulto português, jogam 664 estrangeiros, entre os quais os brasileiros são o maior número: 217.
Apenas na primeira divisão, que reúne 18 clubes, são 33 os brasileiros, um terço dos estrangeiros.
Para José Couceiro, presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol, afirma que não foram contados mais de 70 estrangeiros que se naturalizaram portugueses.
"No total, um terço dos jogadores da primeira divisão não são portugueses. Desses, só 5% já jogaram numa seleção", afirma.
Para o brasileiro Valdo, do Benfica, a explicação é a qualidade. "Essa quantidade significa que estão fazendo um bom trabalho", diz. Valdo entra em campo como português, tendo conseguido a nacionalidade através do casamento.
Para João Pinto, atacante do Benfica e da seleção portuguesa, os estrangeiros estão tirando o lugar dos portugueses. "Amigos meus não conseguiram um lugar para se desenvolver." Ele diz que não é contra os estrangeiros: "Se forem bons, podem vir, mas há muitos por aí de baixa qualidade".
O ex-iugoslavo Filipovic, técnico-adjunto do Benfica, considera o número de estrangeiros excessivo. "O futebol português pode perder sua identidade."
O técnico do Sporting, Carlos Queirós, aponta a responsabilidade para o mercado. "É o resultado do desequilíbrio entre o número de jogadores preparados e a necessidade de haver 18 clubes na primeira e 18 na segunda divisão."

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