São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O futuro vice de FHC

FERNANDO RODRIGUES

BRASÍLIA - Falta ainda muito tempo. É preciso modificar a Constituição. Ninguém pode fazer previsões confiáveis. Mas os pefelistas já pensam em quem será o candidato a vice-presidente numa eventual tentativa de reeleição de Fernando Henrique Cardoso em 3 de outubro de 1998.
Há um caminho natural. Reeditar a chapa FHC-Marco Maciel. Só que o atual vice não é adepto da reeleição. E teria dificuldades em ser o vice numa possibilidade que ele hoje rejeita.
Trama-se dentro do PFL uma saída honrosa para Marco Maciel, que poderia disputar uma vaga no Senado ou receber alguma embaixada de luxo.
Mas a novidade mesmo é que o presidente do Partido da Frente Liberal, Jorge Bornhausen, não vê com maus olhos o seu nome ao lado do de FHC na tentativa de reeleição.
Indagado, Bornhausen vai sempre dizer: "Se tiver reeleição, a chapa já está pronta. É Fernando Henrique e Marco Maciel".
Mas não é isso que os tucanos têm detectado nas conversas com os caciques pefelistas. Bornhausen quer ser vice-presidente. Essa é, inclusive, uma das razões para o PFL ser tão reticente e não apressar a votação da emenda da reeleição neste ano.
Outra razão para o atraso é que espera-se um horizonte político mais claro depois das eleições municipais de outubro. Por exemplo, se ministros saírem candidatos, será necessária uma recomposição política dos cargos no primeiro escalão.
Também há outro componente importante que contribui para o atraso da passagem reeleição. O PFL quer, primeiro, definir o futuro de Luís Eduardo Magalhães, atual presidente da Câmara.
Usualmente cotado como presidenciável, Luís Eduardo ficará sem o cargo de presidente da Câmara a partir do ano que vem. E não deseja voltar para a planície do plenário da Casa.
Um ministério para Luís Eduardo não seria de todo mal. Mas isso ainda está para ser definido. Assim como também continua incerta a ida de Jorge Bornhausen para a embaixada brasileira em Portugal.
De certo, mesmo, só se sabe que a reeleição vai ser requentada durante este ano todo. E, dificilmente, o cenário vai clarear antes da eleição de outubro.

Texto Anterior: Acordar ou abolir
Próximo Texto: O louco e o idiota
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.