São Paulo, domingo, 25 de fevereiro de 1996
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Ex-proprietários apontam defeitos do modelo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Desconforto, alto nível de ruído e falta de estabilidade e de espaço para bagagens são os principais defeitos apontados por pessoas que já tiveram um Fusca.
O dentista Rui Alves Gonçalves Meira, 47, que hoje usa um Kadett SL 93, já foi dono de um Fusca 85. "Comprei o carro em 1986 porque achei que nunca teria problemas com roubo", diz.
Mas, para sua surpresa, tentaram furtar o Fusca. Só não levaram porque o carro tinha trava de combustível.
Segundo Meira, o carro na década de 80 era considerado "razoável". "Hoje o modelo está superado, além de ser muito caro."
Diz ainda mais: "o Fusca é barulhento, cansativo para viagens porque pede muita troca de marchas e tem aerodinâmica e visibilidade ruins".
A administradora Cristina Monteclaro, 25, tem a mesma opinião de Meira. Afirma ter comprado um Fusca usado em 93 por precisar de um carro para ir à faculdade. "Achei que o carro não apresentaria problemas mecânicos".
Mas logo surgiu uma ponta de arrependimento. Cristina, que pilota um Voyage, diz que só volta a comprar um Fusca se ficar em péssimas condições financeiras.
Caso contrário, ela vai se esforçar para comprar um outro 'popular', "um modelo mais confortável e com melhor desempenho."
O comerciante Milton Mazin, 60, teve dois Fusca em 1976. Primeiro comprou um zero km, com motor 1.300 centímetros cúbicos (cc). Não gostou do rendimento do motor e trocou o carro por um 1.500 cc usado.
Teve nova decepção com o conforto e desempenho. No mesmo ano, trocou o Fusca por um Gol, também da VW.
Mazin diz que o Fusca é um carro "duro", difícil de dirigir e que não aguenta fazer uma viagem de mais de 100 km. "O carro tem pouco espaço no porta-malas e as pessoas têm de ficar encolhidas." Mazin afirma que prefere andar a pé a sair de Fusca.

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