São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Consultoria externa é cogitada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TCU poderá contratar uma consultoria externa para auxiliar a investigação que fará no Banco Central.
Esta possibilidade foi considerada ontem pelo ministro relator da investigação, Humberto Souto. A equipe de auditores que irá atuar no caso começou a ser formada ontem e deverá iniciar a devassa no BC na próxima semana.
"Vamos ir fundo na investigação. Se for necessário, já estamos autorizados a contratar consultorias externas e a requisitar funcionários de outras instituições públicas para nos auxiliar", disse ontem o ministro Humberto Souto.
A Folha apurou que as investigações do TCU poderão não se limitar apenas à atuação do BC como órgão fiscalizador do sistema financeiro.
Elas poderão extrapolar para a análise do desempenho da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) -que também exerce um papel fiscalizador junto ao sistema financeiro.
Souto disse que já determinou um amplo levantamento sobre o BC: desde o noticiário que tem saído na imprensa até se a instituição já descumpriu determinações anteriores do TCU ou se criou algum tipo de embaraço para alguma investigação.
Pressão
O relator disse não acreditar que a auditoria venha a sofrer pressões políticas e nem espera que o BC crie dificuldades para o trabalho dos técnicos.
"Não acredito nisso (que ocorra pressão política), porque a nação toda, de Zé a João, está interessada em saber qual a razão que levou o BC a demorar para agir. Por que ele (BC) precisa esperar a instituição quebrar para intervir?", disse.
Ele disse que o TCU não tem nada contra o BC e nem contra os seus dirigentes.
"Não existe nada de preconceito e nem queremos cassar ninguém. Queremos apenas identificar o que pode estar errado com a instituição e prestar um serviço ao país", disse.
Na opinião de Souto, as notícias que têm saído sobre o BC são "muito graves" e que o TCU não poderia se omitir diante delas.

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