São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Auditorias farão a avaliação da Vale

FRANCISCO SANTOS

FRANCISCO SANTOS; FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

As empresas KPMG Peat Marwick e Ernst & Young estão participando do processo de avaliação e definição do modelo de privatização da Vale do Rio Doce.
A KPMG foi a responsável pela auditagem dos balanços do Banco Nacional desde 1988. Ela é um dos membros do consórcio que está fazendo a avaliação econômico-financeira e definindo o modelo de privatização da Vale.
O Nacional está sob suspeita de, durante todo esse tempo, ter adulterado seus balanços para esconder sua má situação econômica.
A Ernst & Young foi responsável pela auditagem do balanço do Econômico no primeiro semestre de 95, quando o banco apresentou lucro um mês antes de quebrar.
A Ernst & Young participa do consórcio que faz somente a avaliação econômico-financeira da Vale.
O Conselho Regional de Contabilidade do Rio está examinando se houve irregularidades nas auditagens feitas pela KPMG.
Segundo a Folha apurou, há nos primeiros escalões da Vale do Rio Doce um profundo mal-estar, não só pela permanência da KPMG em um dos consórcios avaliadores, como também pela presença da Ernst & Young no outro consórcio.
A avaliação é que essas empresas deveriam se afastar espontaneamente dos trabalhos.
A KPMG e a Ernst & Young foram contratadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por meio de concorrência pública concluída dia 20 de dezembro do ano passado.
O BNDES informou, por intermédio da sua assessoria de imprensa, que "a KPMG demonstrou qualificação técnica para participar dos trabalhos de avaliação da Vale do Rio Doce e que o fato de ela estar sendo questionada, em nada afeta a contratação".
O primeiro-secretário da CUT, Marcelo Sereno, disse que a entidade sindical vai estudar formas de representar junto ao Tribunal de Contas da União para que ele determine a suspensão dos contratos de avaliação enquanto houver dúvidas sobre a competência ou até a idoneidade das empresas.

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