São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Abertura do Econômico vai atrasar

GUSTAVO PATÚ
CARI RODRIGUES

GUSTAVO PATÚ; CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central já trabalha com a expectativa de atraso de 60 dias para a reabertura do Banco Econômico. Originalmente prevista para março, ela só deverá ocorrer a partir de maio.
Esse adiamento se deve ao impasse nas negociações entre o BC e o Banco Excel. O BC não concorda com as condições do empréstimo pedido pelo Excel para fechar o negócio.
Quando foi fechado um termo de compromisso entre o BC e o Excel, em janeiro último, ficou acertado que o banco assumiria cerca de R$ 2 bilhões em depósitos de clientes do Econômico e créditos de valor equivalente. A injeção de dinheiro pelo BC foi considerada apenas uma possibilidade.
Entretanto, o Excel pediu R$ 3 bilhões do BC em condições consideradas muito vantajosas. De janeiro para cá, o valor já caiu para R$ 2 bilhões -que o BC considera alto, porém mais aceitável que as condições pleiteadas antes.
Diante do impasse, agravado pelas pressões do PFL baiano para apressar o negócio, o BC considera provável a prorrogação do prazo das negociações.
Voltou a ser cogitada uma hipótese defendida pela área técnica antes do fechamento do termo de compromisso: desistir do negócio e procurar outros compradores para o Econômico.
O problema para o BC é que isso significaria nova onda de ataques do grupo liderado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), em um momento já difícil devido às críticas do Congresso pela atuação no caso Nacional.
Em reserva, executivos do Excel fazem alusão à posição delicada do BC. Dizem que, com vontade política, o BC já poderia ter fechado o acordo no último final de semana -significando que o motivo do atraso está no órgão.
Em nota oficial divulgada ontem, em São Paulo, o Excel reafirmou que as negociações com o BC não foram "interrompidas".
O Excel defende o pedido de empréstimo argumentando ser necessário dinheiro para uma campanha destinada a melhorar a imagem do Econômico. O Excel quer dinheiro também para cobrir eventuais saques de clientes.
Mesmo que Excel e BC cheguem a um acordo, a reabertura do Econômico ainda terá de esperar uma série de ajustes na contabilidade do novo banco, que possuirá 279 agências e cerca de 9.500 funcionários.

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