São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Quebra de safra fica abaixo do esperado

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

O Paraná começa a colher sua safra 95/96. Apesar de todos os problemas climáticos (seca) ocorridos no final do ano passado, a quebra de produção no norte do Estado não é tão assustadora como se imaginava, afirma o cerealista José Pitoli, da Pitoli Villela Comércio de Cereais.
O plantio da região, que representa 20% da produção do Estado, foi feito em três estágios: outubro, meados de novembro e janeiro. Os agricultores começam a colher o que foi plantado em outubro, o período mais prejudicado pela forte estiagem do final do ano passado.
Este início de safra mostra queda de 23% na produção de soja. Os produtores estão conseguindo 2.100 quilos por hectare, contra 2.750 quilos nos anos anteriores.
No caso do milho, a quebra é de 30%. A produção está sendo de 4.200 quilos por hectare, abaixo da média de 6.000 quilos nos anos anteriores.
Pitoli avalia que, quando se iniciar a colheita do que foi plantado em novembro e janeiro, a quebra será bem menor.
Em média, a quebra da produtividade da soja deve ficar entre 10% e 15%, prevê. Já a do milho pode ficar em 25%.
Segundo Pitoli, vem em boa hora as novas medidas de incentivo aos produtores, aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional para o custeio da safrinha de milho.
Quem plantou a soja cedo, deve optar pelo milho. O dinheiro liberado é suficiente para o custeio de agricultores com até 80 alqueires.
Ao contrário, os que atrasaram o plantio devem optar por trigo, porque seria arriscado plantar milho após a primeira quinzena de março. O risco de geada é muito grande para o produto.
Já o trigo, resistente ao frio, passa a ser a única opção de plantio de inverno para os agricultores. Como a maioria atrasou o plantio de verão, o aumento de área de trigo deve ser natural neste ano, independente dos incentivos do governo, segundo Pitoli.
Quanto ao preço mínimo de R$ 157 por tonelada para o produto de melhor qualidade, Pitoli considera ruim. O trigo importado custa ao redor de R$ 200 a tonelada.

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