São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996 |
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BASTIDORES O calorão do salão do prédio da Bienal onde acontecem os desfiles diminuiu no segundo dia. E o efeito ventilador apareceu em forma de leques de papelão da Diet Coke, que foram distribuídos aos convidados. Já nos bastidores, o povo teve que se contentar com cerveja e refrigerante quentes, já que o freezer de lá não gela nada. O cenário da marca Zazá é inspirado na obra do artista plástico norte-americano Edward Hopper, bem como a cartela de cores usada pela estilista Estela Alcântara. No painel ao fundo da passarela, uma porta, por onde as modelos saíam e às vezes entravam. A primeira saída da neotop Renata Martins foi dramática. Momento arranhe e cheire da semana de moda em São Paulo. A Forum, do lado de fora, lembrava o camarote da Brahma. Já nos bastidores do Phytoervas, no primeiro dia era urucum, proveniente da maquiagem do desfile de Marcos Borches. Anteontem era semelhante a estrume, saído das roupas em couro cru de Eduardo Ferreira, que já estavam penduradas por lá. Foi Claudia Liz quem encerrou o desfile da Zazá, acompanhando a estilista Estela Alcântara para receber os aplausos. Depois, circulava pela Bienal vestindo o mesmo look que usou nesta última entrada. Os beauty-artists Lili Ferraz e Henrique Melo são a dupla com fator glamour mais alto nos bastidores. A mais nova da Lili é a dança da latinha, requebrando muito até chegar ao chão. Os dois tiveram trabalho para convencer alguns modelos de Jeziel Moraes -como o top Douglas Rassmussen- que não queria passar batom nem enrolar os cabelos. Mas o troféu dramaticidade da segunda noite ficou mesmo com a estilista francesa Olive. Teve problemas com maquiagem, produção, trilha sonora, modelos. Em algum momento, achou que ninguém queria colaborar com ela e chegou a ficar amuada num canto, enquanto suas assistentes tocavam o desfile. Os problemas ficaram evidentes. A performática modelo Laura Casper, por exemplo, reclamou na passarela ao não conseguir tirar seu casaquinho. A coordenadora Betty Prado saiu dos bastidores no meio deo desfile. Ao final, Olive não parecia querer entrar. Teve que ser puxada por Alessandra Berriel para receber os aplausos. Não seriam estes mais sinais de que não cabe no Phytoervas gente de fora? ²Excepcionalmente, em função da cobertura do Phytoervas Fashion, não circula hoje a coluna Noite Ilustrada Texto Anterior: Cris Ribeiro é a nova sensação das passarelas Próximo Texto: João Cabral encara poema como 'artefato' Índice |
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