São Paulo, sexta-feira, 1 de março de 1996
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Americano Robert Mondavi divulga seu produto californiano no Brasil

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Um dos mais importantes vitivinicultores da Califórnia, Robert Mondavi, visitou o Brasil na semana passada. Nascido no Estado de Minessota, nos EUA, teve os primeiros contatos com uvas e vinho por meio dos pais italianos.
"Sempre acreditei que a Califórnia poderia produzir alguns dos melhores vinhos do mundo", declarou ele durante a apresentação dos seus vinhos -que realizou junto com sua mulher, Margrit Biever, sexta-feira passada no restaurante Fasano, em São Paulo. "Mas para isso é preciso ter tanto o coração quanto a mente abertos", completou.
Talvez por isso, em 1962, durante uma viagem à Europa, percebeu que os vinhos mais finos do continente eram envelhecidos em pequenos barris de carvalho. Na volta da viagem, já estavam encomendados cerca de 100 barris de diferentes tipos de madeira, destinados a pesquisar o seu efeito nos vinhos americanos. Hoje exporta seus produtos para 78 países. No Brasil, é representado pela Expand (tel. 270-7533).
Nos seus domínios -que produzem cerca de 80 milhões de litros de vinho por ano- as pesquisas continuam à toda, incluindo fermentação com lêvedos selvagens e a dosagem da irrigação dos vinhedos para conseguir melhor acidez e cor nos seus tintos.
"Hoje muitos vêm à Califórnia para aprender", se orgulha ele. Aliás, o fluxo parece estar mesmo se revertendo. Após uma joint-venture com o Chateau Mouton Rothschild, que uniu a técnica francesa à americana para talhar o Opus One (um "cru" californiano), agora é a vez de Mondavi levar seu know-how para outros cantos do planeta.
Em abril, a firma se alia na Itália à casa Frescobaldi para produzir na Toscana um novo "vino da távola" que será lançado no mercado norte-americano. Em 97, devem estrear também os vinhos elaborados no Chile junto com a adega Errazuriz.
Sobre a próxima parceria internacional, o cauto Mondavi disse: "É preciso dar um tempo". "Talvez já sejam empreendimentos demais", adicionou sua mulher. "Querida, nunca é demais", arrematou ele, com energia e vitalidade invejáveis aos 82 anos.

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