São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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FHC afirma que atende pedidos da central

DAS SUCURSAIS DO RIO E DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que não vê razão para a CUT romper com o governo e que vai manter no projeto de reforma previdenciária os pontos negociados com a central.
Ao deixar a sede da CNC (Confederação Nacional do Comércio), no centro do Rio, o presidente afirmou desconhecer o teor da decisão da entidade sindical.
"Não sei o que disseram. Não vejo razão para isso. A CUT já conseguiu o que queria. Já está incluído no projeto e não é por isso que vamos deixar de cumprir nossa palavra", declarou FHC.
Durante um almoço com correspondentes estrangeiros na CNC, FHC foi perguntado se ainda se considerava de esquerda. Ele reagiu à pergunta indagando à qual esquerda o jornalista se referia: "É à vanguarda do atraso?".
FHC disse aos correspondentes que a reforma da Previdência é a mais difícil das reformas promovidas por seu governo.
Em Brasília, os líderes governistas afirmaram que a emenda da Previdência será votada hoje, mesmo sem a participação da CUT.
Para os líderes, o fato de Vicentinho romper o acordo não altera o resultado da votação.
Eles estão otimistas com a aprovação do parecer do relator Euler Ribeiro (PMDB-AM). "Quem vota não é o Vicentinho, nem a CUT. São os parlamentares", reagiu o peemedebista.
O relator, que já chegou a chamar o sindicalista de "vagabundo", afirmou que os pedidos da CUT já estavam em seu parecer. "O que ele queria de verdade era manter privilégios", disse Ribeiro.
O líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), disse que tentaria convencer Vicentinho a recuar da decisão. "O papel de Vicentinho é fundamental para o país, para as reformas."
"Os pontos acordados estão no relatório. O resto é conversa. Paciência", reagiu o líder do PSDB, José Aníbal (SP).
Para Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL, a atitude de Vicentinho vai comprometer a participação em outros acordos futuros. Ele afirmou que o governo abriu mão de alguns pontos em favor de um acordo com a central.
"Quem rompeu o acordo que assuma a responsabilidade", afirmou o pefelista.

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