São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Abertura de CPI é dificultada

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O depoimento de ontem do presidente do BC, Gustavo Loyola, esfriou a proposta de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o sistema financeiro.
O deputado Milton Temer (PT-RJ), autor do pedido de CPI na Câmara, admite que será difícil conseguir as assinaturas de 171 deputados e 27 senadores para instalar a comissão. "Continuamos recolhendo assinaturas, mas o PMDB não está ajudando".
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) confirma a dificuldade da oposição em obter as últimas três assinaturas de apoio à CPI que faltam no Senado para levar o pedido adiante.
"Para as forças conservadoras desta casa, vale até tapa, mas CPI não", reclamou o líder do PDT, deputado Miro Teixeira (RJ). "Tudo isso que vimos aqui é o cumprimento de um ritual que vai acabar em pizza", previu.
O desmobilização do movimento favorável à CPI era a principal missão de ontem de Loyola no Senado. Na avaliação dos líderes governistas, o presidente do Banco Central conseguiu o que queria.
"A CPI já era", afirmou o vice-líder do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM), que integrava a linha de frente de defesa do governo ontem. Os líderes do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), e no Senado, Elcio Alvares (PFL-ES), também estão aliviados depois do depoimento.
O principal argumento do governo contra a abertura da CPI é de que a investigação iria tumultuar o sistema financeiro e abalar a estabilidade da economia.
Apesar do desempenho de Loyola ter sido elogiado, os líderes governistas consideram inevitável que o BC perca os poderes que tem hoje para fiscalizar o sistema financeiro.
Às 20h de ontem, o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) informou que o depoimento de Clarimundo Sant'Anna, ex-vice-presidente do Banco Nacional -apontado como principal responsável pela fraude que provocou o rombo na instituição-, marcado para hoje, foi cancelado.

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