São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Outra empresa quer processar ex-donos

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Mais uma empresa do Rio de Janeiro, a Alenge Construções e Participações, ameaça entrar na Justiça contra a família Magalhães Pinto por ter sido incluída na lista dos devedores do Banco Nacional.
A empresa aparece no disquete da contabilidade paralela do Nacional com uma dívida de R$ 8,8 milhões, mas o diretor administrativo de Alenge, Elton Boechat, sustenta que o débito foi liquidado, "há muitos anos", por acordo judicial.
Anteontem, o advogado Humberto Marcelino Ferreira, proprietário do Escritório Horizonte Contábil, de Duque de Caxias (Baixada Fluminense) já havia anunciado sua intenção de processar os Magalhães Pinto.
A empresa de Marcelino Ferreira figura na lista do Nacional com uma dívida de R$ 16,8 milhões, mas o advogado tem os comprovantes de que liquidou metade de seus débitos em 1989 e a outra metade em 1991.
A Alenge Construções e Participações tem sede no bairro da Tijuca (Zona Norte do Rio), emprega 300 funcionários e é uma empreiteira de porte médio.
Segundo Elton Boechat, a imagem de construtora já foi afetada e os sócios da empresa deverão mover uma ação judicial por perdas e danos contra os antigos controladores do Banco Nacional.
Até agora, já foram descobertas cinco empresas que saldaram antigos débitos com o Nacional através de acordos judiciais e que, ainda assim, entraram contabilidade paralela como devedores de valores milionários.
O português Manoel Afonso de Jesus, 40, proprietário de um posto de gasolina em Nilópolis (também na Baixada Fluminense) foi outro que se surpreendeu ao ver sua empresa -Posto 15 Combustíveis- com um débito de R$ 8,3 milhões.
Ontem, os ex-proprietários do Banco Nacional não foram encontrados para comentar as acusações.

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