São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Morte de criadores chega a duplicar venda das obras

FÁTIMA FERNANDES
MÁRCIA DE CHIARA

FÁTIMA FERNANDES; MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

Interesse póstumo esgota discos, sejam do Mamonas ou de Tom Jobim

A morte de escritores e cantores chega a dobrar o volume de vendas de editoras, livrarias e de lojas de discos. O fenômeno que se verificou no caso do Mamonas Assassinos sempre existiu.
A novidade é que hoje há avaliações precisas do impacto. Por exemplo, no primeiro mês após a morte de Ana Cristina César (1983), Paulo Leminski (1989) e de Charles Bukovski (1994), a Editora Brasiliense aumentou até 70% a venda de livros desses autores.
Este salto também foi verificado nas vendas de livros do escritor Caio Fernando Abreu -autor de "Morangos Mofados" entre outros- que morreu recentemente.
A Hi-Fi, rede de cinco lojas de discos, constata que a morte de cantores famosos chega a dobrar a venda de CDs e fitas cassetes, sobretudo no primeiro mês.
"Dobramos as vendas de discos do Tom Jobim após a sua morte", diz Israel Paes Barbosa, gerente da Hi-Fi do shopping Iguatemi.
No caso de Elis Regina, o incremento nas vendas persiste até hoje. "Todo mês tenho que repor 30% da coleção da Elis. Quanto ao Tom Jobim, a reposição mensal chega a 80% do volume nas prateleiras."
A história se repete com o disco do Mamonas. A Hi-Fi do Iguatemi, que tinha poucas cópias do CD do grupo, comprou 100 unidades na segunda-feira. "Até amanhã (hoje) não devemos ter mais nada."
Outros setores também aumentam suas vendas. Só em três dias, por exemplo, a Stamp Modas recebeu uma encomenda de 60 mil gravuras do grupo Mamonas Assassinas para estampar camisetas.
Na segunda-feira, a Tela Flor, estampadora e distribuidoras da Hering, recebeu 5.000 consultas para estampar camisetas do grupo.
"Mas me recuso a explorar esse tipo de momento", afirma Miro Kabbach, sócio da Tela Flor.

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