São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996 |
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"Duas Garotas..." usa clichês para desmistificar lesbianismo
BARBARA GANCIA
Veja: ano passado, o espetáculo "Violeta Vita" lotou o Centro Cultural São Paulo, e nesta semana outra peça sobre relacionamento homossexual da escritora Virginia Woolf, "Vita & Virginia", estréia no teatro Hilton. E, nas locadoras, pode-se encontrar desde o deprimente "Go Fish" até o francês "O Diário Roubado" e o australiano "Almas Gêmeas" -todos sobre lesbianismo entre teens, com final infeliz. Um novo filme sobre o despertar do lesbianismo entre adolescentes, "Duas Garotas in Love" (The Incredibly True Adventure of Two Girls in Love), com roteiro e direção de Maria Maggenti, acaba de desembarcar nas locadoras. Randy Dean (Laurel Holloman) é achincalhada pelos colegas na escola pelo jeitão masculinizado e porque vive com a tia lésbica e a namorada dela. Pobre e rude, Randy se apaixona por Evie, uma jovem negra e rica, que a introduz à música clássica e aos poemas de Walt Whitman. O clichê às avessas da Cinderela e o príncipe em tempos de politicamente correto já seria irritante por si só, não fosse o fato de que o filme é baseado em fatos reais e autobiográficos (como fica claro na dedicatória da diretora, lembrando sua primeira namorada). Para desmistificar o tema, Maggenti opta por contar a história de forma didática, como se bastasse conhecer os bastidores do lesbianismo para compreendê-lo e aceitá-lo. Lógico, na vida real, o buraco é mais embaixo. Vídeo:Duas Garotas in Love Direção:Maria Maggenti Elenco:Laurel Holloman, Nicole Parker Distribuição:PlayArte (tel. 011/575-6996) Texto Anterior: Cada mulher tem a estrada que escolhe Próximo Texto: Antônio Nóbrega abre Bienal Índice |
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