São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Likud assiste 'fim' de Peres

JEFFREY HELLER
DA "REUTER", EM JERUSALÉM

O líder da oposição israelense, Binyamin Netanyahu, espera calmamente a morte política do premiê Shimon Peres na campanha de terror dos fundamentalistas muçulmanos.
O mandato que Peres recebeu do premiê assassinado Yitzhak Rabin para conduzir Israel à paz no Oriente Médio expira no próximo dia 29 de maio, data da eleição geral.
Enquanto a sucessão de explosões assusta a nação, o tom conciliador do líder do Likud é o que os israelenses querem ouvir. Até mesmo Peres colocou em suspenso seu objetivo de paz e abraçou as idéias de reforço de segurança defendidas por seu adversário.
"O que faremos agora?", perguntava-se um dirigente do Partido Trabalhista (governo). "O Likud acabou com o fator do mártir (Rabin). Não temos mais o voto por simpatia."
Em duas entrevistas logo após os atentados, Netanyahu pedia: "Devolva às forças de segurança a liberdade que elas precisam para agirem qualquer lugar, onde necessário, sem restrições políticas".
Depois da série de protestos após a bomba de Tel Aviv, Peres não tinha alternativa a não ser aceitar o "conselho".
Ele ainda não declarou morto o processo de paz -o que efetivamente pode acontecer no dia da eleição, se Netanyahu vencer.
O líder direitista é contra o processo de paz com a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) e acha que o sonho nacionalistas dos palestinos deveriam ser engarrafados para sempre em bolsões de autonomia -cuja segurança seria mantida pelo Exército de Israel, não pelos palestinos.

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