São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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Morre o jornalista Perseu Abramo

DA REPORTAGEM LOCAL

O jornalista, professor universitário e dirigente do PT Perseu Abramo morreu ontem, aos 66 anos, de embolia pulmonar.
Seu corpo foi velado no saguão do Tuca (Teatro da Universidade Católica), da PUC-SP, e sepultado às 17h no cemitério Ghetsêmani.
Perseu Abramo trabalhou na Folha entre 1970 e 1979, tendo sido editor de Esporte, da Ilustrada e de Educação. Atuou também no jornal "O Estado de S. Paulo" (1952-1962), na Abril Cultural (1968-1970), na Rede Globo (1983-1985) e em órgãos da imprensa partidária.
Era filiado ao PT e pertencia ao Diretório e à Executiva Nacional do partido, no qual ocupava a Secretaria de Formação Política.
Sociólogo, formado pela USP em 1958, Perseu Abramo lecionou na Escola de Jornalismo Casper Líbero (1960-1962) e participou da implantação do Departamento de Ciências Humanas (1962-1964) da UnB (Universidade de Brasília).
Na Universidade Federal da Bahia, foi coordenador de pesquisas do setor de administração pública da Escola de Administração (1960-1962) e professor de sociologia da comunicação (1965-1970). Na Bahia ele também concluiu, em 1970, sua dissertação de mestrado.
Em São Paulo, Perseu foi coordenador do curso de jornalismo da Fundação Armando Álvares Penteado (1970-1971)) e desde 1981 lecionava jornalismo na PUC.
Pertenceu a partir de 1946 à Esquerda Democrática e ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), dissolvido durante o regime militar. Participou a partir de 1977 do CBA (Comitê Brasil Anistia) e, já no PT, foi entre 1989 e 1990 secretário de imprensa da Prefeitura de São Paulo, na administração Luiza Erundina.
Perseu era casado desde 1952 com Zilah Wendel Abramo e deixa as filhas Laís e Helena, ambas sociólogas, o programador em computação Mário, a advogada Marta e a jornalista Beatriz (Bia) Abramo.
Em Brasília, o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, pediu ontem um minuto de silêncio pela morte de Perseu Abramo durante a passeata contra o relatório de Euler Ribeiro sobre a Previdência. "Este minuto de silêncio é para dizer ao companheiro Perseu Abramo que a nossa luta vai continuar", disse Vicentinho.

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