São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996 |
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CPI é resposta de Sarney ao presidente
VALDO CRUZ; FERNANDO RODRIGUES
Em viagem a Minas Gerais, FHC disse enfrentar de tudo em seu cargo, inclusive "marimbondos". Foi uma referência a um dos livros de Sarney, "Marimbondos de Fogo". Uma CPI só pode ser solicitada com um determinado número de assinaturas. Segundo a Folha apurou, foi o grupo político ligado a Sarney que deu o empurrão final para que o requerimento tivesse o número necessário de adesões. Sarney, na realidade, quer apenas assustar FHC. O próprio presidente do Senado e seus assessores admitiam ontem a representantes do mercado financeiro que a comissão será instalada apenas se o governo quiser ou for incompetente. No Planalto, a notícia deixou FHC arrasado, mas não surpreso. O presidente disse a amigos que a CPI é uma irresponsabilidade diante do país. FHC interpreta que a atuação de José Sarney e do ex-presidente Itamar Franco tem sido deliberadamente no sentido de obstaculizar os trabalhos do governo. Para que a CPI prospere, é preciso todos os líderes partidários indicarem seus representantes. O PFL já decidiu que não deve indicar representantes. Ainda assim, FHC terá de fazer um trabalho para acalmar os ânimos de sua base parlamentar. Sem contar os prejuízos que a notícia já causou no mercado financeiro. Uma CPI, na opinião do governo, traria grande instabilidade para o país. Como é praxe nessas ocasiões, a oposição deixaria vazar informações confidenciais sobre bancos -e isso poderia provocar, segundo o Planalto, uma derrocada geral do sistema financeiro. Na soma geral, mesmo sem CPI, o desgaste para o governo terá sido grande. Sarney e Itamar terão, novamente, conseguido emperrar os trabalhos dos Planalto. A eleição presidencial de 98 é o pano de fundo de todas as disputas entre FHC, Sarney e Itamar. Texto Anterior: Ameaça de CPI faz Bolsa de SP despencar Próximo Texto: Procuradoria pede dados sobre disquete Índice |
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