São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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Beaujolais sobrevivem

JORGE CARRARA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Talvez nenhum vinho passe todo ano por um período de intenso fulgor, seguido por outro de quase esquecimento, como o Beaujolais. O brilho máximo para estes tintos perfumados do leste da França chega nas semanas que rodeiam a terça quinta-feira de novembro, quando chega ao mercado a sua versão Nouveau.
Mas o Beaujolais Nouveau, um vinho para ser bebido bem jovem, cai no esquecimento poucos meses depois, contribuindo também para a saída de cena do resto dos vinhos da região. Mas é bom lembrar que esta pode ser a melhor época para saborear o resto dos produtos do lugar.
Uma boa opção são os Beaujolais Villages (provenientes de áreas demarcadas em volta de 39 vilarejos da região). Outra excelente pedida são os "crus", nascidos em 10 comunas de Beaujolais, que contam com os melhores vinhedos. Estes vinhos são de melhor qualidade e podem ser bebidos mais maduros, com dois ou três anos de idade. De quebra, tem preço similar ou até mais em conta do que o dos badalados Nouveau.
A Expand tem alguns bons exemplares, todos safra 94, de Georges Duboeuf. O Domaine du Granit Bleu -um Villages- é um dos mais leves e frutados (groselha e banana) e tem boa acidez. Já na ala dos "crus", o Fleurie e o Brouilly são um pouco mais concentrados. Ambos tem paladar de frutas vermelhas e taninos leves.
Entre os mais encorpados estão o Moulin-a-Vent, com aroma de groselhas, um pouco adstringente, mas com bom equilíbrio, e o Domaine des Rosiéres (outro Moulin-a-Vent). Ele é um pouco menos frutado, mas tem bom aroma e uma estrutura e conteúdo alcóolico que demonstra que além dos ligeiros Nouveau também há tintos com músculo na região.

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