São Paulo, sábado, 9 de março de 1996
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Dívida liquidada em 95 surge 30 vezes maior em disquete

Suposto devedor do Banco Nacional está surpreso com lista

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado Gustavo Korte Júnior, sócio do escritório Korte e Faria, de São Paulo, se espantou ao ver o nome de sua empresa na lista dos grandes devedores do Banco Nacional, com um débito, não pago, de R$ 3,68 milhões.
O nome da empresa consta no disquete obtido pela Folha com os supostos devedores. É que em setembro do ano passado, depois de uma arrastada disputa judicial com o banco, Gustavo Korte e seu sócio, Carlos Faria, assinaram um acordo na 22ª Vara Cível de São Paulo liquidando a dívida por R$ 133 mil.
Gustavo Korte, que é especialista em causas no mercado financeiro, diz que mesmo o valor negociado perante a Justiça foi exagerado. "Eu e meu sócio só aceitamos o acordo porque queríamos extinguir a empresa".
Segundo o advogado, pouco antes do acerto, o Nacional alegava que sua dívida era de R$ 800 mil, mas acabou reconhecendo o erro nos cálculos e o débito encolheu para 17% do valor.
Korte conta que só em 1987, o banco lhe cobrou 200% de juros, fora a correção monetária. Ele diz que não acionará os ex-donos do Nacional.
Assim como no Rio de Janeiro, a maior parte das empresas que aparecem no disquete da contabilidade paralela do Nacional em São Paulo está registrada com o endereço de antigas agências do próprio banco.
A antiga agência da Penha (bairro de classe média da Zona Leste de São Paulo) aparece como endereço de sete empresas que somam uma dívida fictícia de R$ 62 milhões.

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