São Paulo, sábado, 9 de março de 1996 |
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FMI tranquilo
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Há alguns dias no Brasil, uma missão de quatro técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) gostou do que viu.O FMI esteve em Brasília a pedido do governo. Conversaram com o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. O próprio Loyola sugeriu que os técnicos fossem a São Paulo conversar com pessoas do mercado financeiro. A um desses banqueiros -crítico de Gustavo Loyola-, os técnicos do FMI disseram ter ficado satisfeitos com o nível de informações que viram no BC. Por incrível que pareça, a organização do Banco Central brasileiro estaria, na opinião do FMI, léguas à frente de países vizinhos, como a Argentina. O objetivo principal da vinda dos técnicos do FMI foi coletar dados para os relatórios do organismo. Foi uma visita de cortesia, uma vez que o Brasil não tem contrato assinado com o FMI. Mas o relacionamento do governo de Fernando Henrique Cardoso com o FMI é bom, apesar do terremoto do Banco Nacional. Tanto é que os técnicos vieram para sugerir formas de controle de qualidade de créditos do sistema bancário brasileiro. Sugestões desse tipo, no passado, seriam consideradas ingerências do fundo -dadas as tremendas trapalhadas de técnicos do FMI em outras épocas. O Banco Central está disposto a implantar, ainda neste ano, um sistema obrigatório para as instituições financeiras classificarem seus devedores. Não há muito segredo nisso. Nos Estados Unidos é algo tão comum como é no Brasil escrever o número da identidade atrás de um cheque. Os bancos brasileiros ficariam obrigados a classificar, digamos de zero a dez, os créditos que têm para receber. Um crédito "1" seria ótimo, certeza de recebimento. Já um crédito "10" demonstraria que o devedor está virtualmente quebrado. Alguns bancos estrangeiros instalados no Brasil já fazem isso atualmente. Adotado de forma geral, o sistema seria uma garantia futura de que bancos não quebrariam da noite para o dia. Texto Anterior: Fazer a reforma certa Próximo Texto: Vargas e FHC Índice |
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