São Paulo, domingo, 10 de março de 1996
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Plano de demissão voluntária da CEF prevê 5.000 dispensas

Diretoria quer reduzir despesas mensais em R$ 23 mi

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CEF (Caixa Econômica Federal) inicia no próximo dia 25 o seu programa de demissões voluntárias, com o qual a diretoria pretende reduzir em R$ 23 milhões as despesas mensais com pessoal.
"Esperamos reduzir o quadro de pessoal entre 6% e 8%", disse Adelmar de Miranda Torres, diretor da CEF. Ou seja, devem ser demitidos entre 3.800 e 5.000 funcionários.
O programa terá um custo de R$ 270 milhões. Torres disse que esses recursos serão recuperados em 12 meses, devido à economia mensal R$ 23 milhões.
Se fosse adotado um programa de estimulo à aposentadoria para quem já pode solicitar o benefício, o custo adicional seria de R$ 17,8 milhões.
A CEF tem hoje 63 mil funcionários. A reestruturação da empresa, iniciada após a posse de Sérgio Cutolo no primeiro semestre do ano passado, já dispensou um total de 11.233 empregados -neste caso, pessoas contratadas para prestação de serviços.
As inscrições poderão ser feitas até o próximo dia 9 de abril e o processo de demissão será concluído até 31 de maio.
Aprovado pela diretoria na última quinta-feira, o plano tem o nome "Programa de Apoio à Demissão Voluntária".
"Queremos permitir que quem não estiver contente com a reestruturação possa sair da empresa", afirmou Torres. Os funcionários da CEF que ainda não foram realocados têm até o próximo dia 15 para optar por um cargo dentro da nova estrutura, que reduziu o número de cargos comissionados.
No Rio de Janeiro, por exemplo, as 300 vagas para engenheiro após a reestruturação serão reduzidos pela metade.
Com isso, outros 150 engenheiros terão de ser realocados em outros Estados -basicamente na região Norte, onde há carência desse profissional- ou optarem por trabalhar em outra função.
O processo de reestruturação prevê, segundo Torres, que o funcionário poderá primeiro optar por um cargo dentro do Estado.
Se isso não for feito ou acabarem as vagas, a alternativa será ir para outro Estado. Quem for realocado em outro Estado e não assumir o cargo poderá ser demitido por abandono de emprego.
A idéia original de Cutolo era demitir 6.300 funcionários (10% do total). A proposta aprovada pela diretoria não inclui incentivo para os 1.694 funcionários que já podem se aposentar, mas continuam trabalhando,

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