São Paulo, domingo, 10 de março de 1996
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Comando teve perdão

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

Os principais comandantes argentinos que atuaram na Guerra das Malvinas foram condenados em 1986 a penas que variavam de 8 a 12 anos de detenção.
No ano anterior, os três chefes da Junta Militar que também organizaram a ocupação das Malvinas, haviam sido condenados à prisão perpétua pelo desaparecimento de 30 mil opositores do regime militar.
Todos recuperaram a liberdade em 1990 por decisão do presidente Carlos Menem, que esperava obter maior grau de confiança do alto comando militar.
Alguns oficiais que estiveram nas Malvinas também foram protagonistas das revoltas militares que ocorreram entre 1987 e 1990.
Conhecidos como "carapintadas", eles se diziam descontentes com a orientação do comando do Exército e com a condenação de seus colegas por crimes contra os direitos humanos.
O principal líder da primeira rebelião foi o ex-coronel Aldo Rico, indultado por Menem e que hoje é deputado nacional por seu Modin (Movimento de Dignidade e Independência).
Outro dos comandantes dos "carapintadas" foi o ex-coronel Mohamed Alí Seineldín, que atualmente cumpre pena de dez anos no presídio de Magdalena. Ambos eram considerados no Exército como heróis da Guerra das Malvinas.
O capitão-de-fragata Alfredo Astiz, condenado à revelia pela Justiça francesa por causa da morte de duas freiras durante o governo militar foi transferido para a reserva há dois meses.
Durante o regime militar, Astiz se infiltrou na organização Mães da Praça de Maio. Marcava com beijos as pessoas que deveriam ser sequestradas.
(DCM)

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