São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Povos indígenas
NELSON DE SÁ
Ontem ainda anunciou-se que o presidente da Funai "deixou o cargo". Ele foi refém dos xavantes, semanas atrás, em cena quase cômica. A cena também era cômica, no México, até dois anos atrás, quando o "subcomandante Marcos" acuou o Exército. O líder zapatista surgiu no canal espanhol, lembrando: - 94, para um país como o México, e para muita gente, significou descobrir que havia indígenas neste país. Foi o ano da revolta. Hoje ele negocia com o governo, mas, ainda nas montanhas, ameaça com uma nova "guerra civil" se nada alcançar. Ele diz o que quer -e conseguiu: - Reformas constitucionais, que abram espaço aos povos indígenas. O reconhecimento das suas formas de governo, de organização interna. Não se trata de que o governo dê uma escola, um veículo, que é o que o governo queria. Agora ele se viu obrigado a admitir que há um espaço para que os povos indígenas sejam reconhecidos em suas autoridades. Ele quer autonomia. Não por coincidência, o que os índios brasileiros de ontem queriam era o reconhecimento de seu cacique, na Funai. On Line Marcos ficou conhecido por lançar suas idéias na Internet. Do outro lado do mundo, no Irã, a CNN mostrou ontem um aiatolá que está editando na Internet os textos islâmicos. É o Islã On Line. E outra tribo ou etnia surgiu ontem na C-Span, o canal que cobre ações políticas nos EUA, também na TV a cabo. É a tribo dos "latinos", que inclui os brasileiros, no caso para ver como reagir aos cortes no orçamento federal para a "nossa comunidade". Texto Anterior: Reforma do Judiciário divide entidades Próximo Texto: Bancos temem falta de dinheiro com CPI Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |