São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Hamas retira sua oferta de cessar-fogo

Grupo reage a prisões de seus membros

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo fundamentalista islâmico Hamas (Movimento de Resistência Islâmico) cancelou sua oferta de um cessar-fogo de quatro meses e decidiu continuar sua campanha de atentados terroristas contra alvos israelenses.
A decisão, divulgada anteontem em panfletos distribuídos a órgãos de imprensa, é uma reação às prisões de integrantes do grupo efetuadas pela polícia palestina.
Ontem, pelo menos três dirigentes das Brigadas Qassam, a ala militar do Hamas responsável pelos atentados terroristas, foram detidos em Gaza.
Fontes da ANP (Autoridade Nacional Palestina) também comunicaram a prisão de Mohammad Dif, chefe das Brigadas Qassam.
Desde 25 de fevereiro, mais de 600 membros do Hamas e da Jihad foram presos graças à pressão do governo israelense sobre a ANP após o início da série de atentados suicidas que mataram 62 pessoas.
O premiê de Israel, Shimon Peres, disse ontem que a atuação de Arafat contra os terroristas "é um começo, mas esperamos mais".
Os israelenses evitaram ontem utilizar transportes públicos. Dois dos atentados ocorreram nos dois últimos domingos, em ônibus.
Israel anunciou que suspenderá hoje, por 12 horas, a proibição imposta aos palestinos de circular entre os territórios da Cisjordânia.
O anúncio da possível volta dos ataques suicidas do Hamas foi feito às vésperas da conferência de combate ao terrorismo, quarta-feira, em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Representantes de 31 países, incluindo os presidentes dos EUA, Bill Clinton, e da Rússia, Boris Ieltsin, confirmaram participação.
EUA e Israel estão promovendo o encontro como uma plataforma "para combater o terrorismo e organizar um esforço internacional para lidar com o problema".
Mas, segundo diplomatas, os participantes árabes estariam tentando transferir o foco para o processo de paz no Oriente Médio e questionando o fato de os ataques do Hamas gerarem uma reação imediata, enquanto que seus problemas nunca chamam a atenção.
A principal ausência deve ser a Síria. O país foi convidado, mas ainda não deu resposta. O governo de Damasco considera vital a retomada de negociações com Israel.
Mohsen Dalloul, ministro da Defesa do Líbano, disse que a conferência será um fracasso, pois seu único objetivo seria agradar Israel.
Líbano
A explosão de uma bomba ao lado de uma estrada na região ocupada por Israel no sul do Líbano matou ontem um soldado israelense e feriu outros quatro.
O grupo pró-Irã Hizbollah assumiu o atentado no vilarejo de Kfar Kila, a menos de 1 km da fronteira com Israel. Em represália, Israel atacou vilarejos controlados pelo Hizbollah no Líbano.
Ministros da União Européia reunidos na Sicília (sul da Itália), condenaram declarações emitidas pelos governos do Irã e da Líbia em apoio aos atentados do Hamas.

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