São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996 |
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Indústrias pedem mais café nos leilões
JOSÉ ALBERTO GONÇALVES
Segundo Luiz Roberto Gonçalves, diretor do Café do Ponto, os leilões precisam ofertar pelo menos 500 mil sacas mensais até julho, a fim de diminuir a escassez do produto no mercado interno. Gonçalves diz que a escassez provocou alta de 30% nos preços da matéria-prima na segunda quinzena de janeiro. As torrefadoras, afirma ele, aumentaram entre 15% e 18% os preços ao consumidor. Se o governo não aumentar o volume de café nos leilões, as empresas de torrefação tendem a continuar importando o produto, diz. Estão chegando ao país este mês 10 mil sacas importadas por dez torrefadoras brasileiras. "É pouco, mas o suficiente para conhecer melhor as possibilidades de importação, a fim de impedir altas exageradas e garantir o abastecimento interno", diz Gonçalves. O governo ofertou 259 mil sacas no leilão realizado na quinta-feira passada. Mas a indústria só comprou 61% do total ofertado. Para Manoel Bertone, vice-presidente do CNC (Conselho Nacional do Café), entidade que representa os cafeicultores, não há necessidade de elevar o volume nos leilões. "Os preços subiram, mas ainda são inferiores aos praticados na entressafra passada. Não está faltando café nas prateleiras", afirma. Bertone diz que o anúncio de importação é uma pressão da indústria para forçar o governo a vender os seus estoques. "Por que as torrefadoras não compraram todo o café ofertado nos leilões de fevereiro e março?", pergunta Oswaldo Aranha Neto, presidente da Federação Brasileira dos Exportadores de Café. Texto Anterior: Chuva recupera reservas de água nos solos de SP Próximo Texto: Governo não conhece safra Índice |
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