São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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'Jornal não deve só denunciar'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ENVIADO ESPECIAL A SAN FRANCISCO

Um dos temas a que FHC deu destaque no discurso de Stanford foi o papel dos meios de comunicação na "valorização da política".
Ele citou seu amigo, o sociólogo Manuel Castells, para quem "o espaço político foi capturado pelos meios de comunicação", mas acha que isso não significa que a política tenha virado tributária deles.
Ao falar aos estudantes e professores de Stanford sobre o tema, FHC afastou-se do texto preparado para enfatizar certos pontos.
Quando disse que um dos perigos para a qualidade do debate público é a simplificação de processos complexos feita pelos meios de comunicação, o presidente acrescentou que isso ocorre em parte pelas próprias características do jornalismo.
"Melhor do que criticar os meios de comunicação, é se ajustar a eles. O ajuste mútuo entre o homem político e os meios de comunicação é a melhor solução", afirmou de improviso.
Fernando Henrique não leu a parte do discurso em que alertava os meios para que não privilegiem "a intriga, o boato, o disse-não-disse".
Mas afirmou que, embora reconheça a importância do papel da imprensa em denunciar abusos, corrupção, erros do governo, ele acha que o jornalismo brasileiro precisa "ir além da denúncia, superar a atitude adversarial".
Para o presidente, a imprensa e o ensino são os mais importantes agentes de melhoria da qualidade do debate público.
(CELS)

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