São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC assina projetos antigos no Japão

Brasil receberá US$ 1,8 bi em empréstimos

FERNANDO RODRIGUES
DO ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

O governo brasileiro vai utilizar a viagem de Fernando Henrique Cardoso ao Japão para assinar contratos de empréstimos antigos ou que estavam sendo negociados há algum tempo. FHC deve chegar às 19h50 de hoje a Tóquio (7h50 em Brasília).
Como se diz internamente na comitiva presidencial em Tóquio, o Brasil quer limpar a pauta. Isso significará, entre projetos governamentais e da iniciativa privada, US$ 1,8 bilhão em empréstimos.
O governo japonês sempre quis emprestar dinheiro ao Brasil. Isso faz parte do Orçamento do país há anos. Muitos projetos estão aprovados. O dinheiro não sai por falta de contrapartida brasileira.
Diferentemente de organismos como o Banco Mundial, o Japão não cobra uma taxa de manutenção enquanto o dinheiro fica à disposição do tomador.
Só que isso custa dinheiro para o Japão. E gera desgaste político para quem, dentro do governo japonês, defende aproximação com o Brasil.
Todos os anos, os políticos que são favoráveis a aprovação de empréstimos para o Brasil têm de se justificar por causa da inoperância de governos brasileiros -federal e estaduais.
Um dos casos clássicos é o do sistema de trens urbanos de Fortaleza. Aprovado no final da década passada, nunca foi liberado por culpa apenas de Brasília e do governo cearense.
Agora, o empréstimo para os trens de Fortaleza será sacado. O governador do Ceará, Tasso Jereissati, veio a Tóquio para assinar o empréstimo.
Esse empréstimo de Fortaleza é de infra-estrutura. Outros três semelhantes serão assinados, para outros Estados. O financiamento será do Eximbank (Banco de Exportação e Importação do Japão), num total de US$ 945 milhões.
Há empréstimos para os chamados projetos de vocação ambiental, como uma usina eólica no Ceará. O valor dos quatro empréstimos é de US$ 529 milhões. O financiamento do Fundo de Cooperação Econômica Estrangeira.
Na área privada, os financiamentos são apenas para a Petrobrás. A estatal brasileira vai assinar dois contratos que totalizam US$ 390 milhões -dinheiro bancado por corporações privadas, a Mitsui e a Nisho Iwai.
(FR)

Texto Anterior: O novo Econômico
Próximo Texto: BC tem dinheiro para 6 'casos Nacional'
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.