São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Juros nos EUA recuam e Bovespa sobe

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O comportamento das taxas de juros dos títulos norte-americanos de 30 anos comandou a cena e ditou o ritmo dos mercados acionário e de títulos da dívida.
Os juros iniciaram o dia na casa de 6,77%, empurrando para baixo as Bolsas -a paulista chegou a cair 2%, na primeira hora de pregão- e os títulos -o C-Bond, o mais negociado, caiu 3,88%.
Mas, ao longo do dia, as taxas se acomodaram em patamares mais baixos -ao redor de 6,63%. Foi o que bastou para que tanto as ações como os títulos da dívida experimentassem uma reação.
No caso do mercado acionário, a alta foi ainda alimentada pelo comportamento de alguns investidores locais.
No início do dia, muitos imaginavam que os estrangeiros atuariam na ponta de venda. Tentaram se antecipar e acabaram dando com os burros n'água.
A Bolsa paulista fechou com alta de 1,05%, movimentando R$ 319,164 milhões.
O C-Bond fechou cotado a US$ 0,5588. Subiu 5,93% ao longo do dia e 1,82% em relação à cotação de sexta-feira.
Se a volatilidade dos preços é apenas uma forma matemática de se medir a incerteza... Ela continua.
Mas, ontem, o mercado teve um dia bem mais calmo do que a sexta-feira.
O governo, de fato, continua um expert em ganhar tempo -esperando que o relógio e a folhinha ajudem a "resolver" as crises. Se não resolve -tempo no mercado financeiro acaba cobrando juros e correção-, a trégua tem o mérito de funcionar como a válvula na panela de pressão.
Ontem, por exemplo, as taxas de juros recuaram no mercado futuro, apesar de terem ficado pressionadas no over (títulos públicos).
É que entre ontem e hoje o governo tira do mercado aproximadamente R$ 1,4 bilhão em recolhimento de impostos.
No CDI (negócios de um dia com papéis privados), as taxas ficaram mais próximas do "piso" do mês. O mercado não mudou a forma de atuação. Só se empresta dinheiro a quem já tem dinheiro.

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