São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Líder sírio boicota reunião antiterror

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Síria, Hafez al Assad, não vai comparecer amanhã à cúpula internacional para combater o terrorismo, segundo o presidente do Egito, Hosni Mubarak. O Líbano anunciou ontem que estava boicotando o encontro.
A Síria, que tem grande influência no Líbano, é considerada pelos EUA um dos maiores patrocinadores do terrorismo no mundo.
Os dois países abrigam grupos terroristas palestinos, entre os quais o Hamas (Movimento de Resistência Islâmico), responsável por uma onda de atentados em Israel que deixou 62 mortos. Foram os ataques que motivaram a convocação da cúpula.
"Assad tem suas próprias visões, tenho certeza de que não virá", disse o presidente Mubarak, que junto com seu colega americano, Bill Clinton, vai presidir a cúpula.
Mubarak falou pouco depois de chegar a Charm el Cheikh, junto ao mar Vermelho, onde ocorrerá amanhã o encontro.
O presidente egípcio não comentou a possibilidade de Assad enviar um representante da Síria, mas diplomatas no Cairo disseram que isso era quase impossível.
Jornais oficiais da Síria chegaram a atacar o encontro, acusando-o de parcial. "É estranho que Israel jogue toneladas de bombas em inocentes no sul do Líbano e pratique repressão diária nos territórios ocupados sem que se reaja a isso."
O mesmo motivo foi apresentado pelo Líbano para boicotar o encontro. O presidente Elias Hraui escreveu uma carta a Clinton afirmando que esperava um encontro sobre o processo de paz e não sobre um assunto que considera "polêmico".
O objetivo da cúpula é encontrar meios de ajudar os países do Oriente Médio a deter o terror. Vários líderes mundiais confirmaram sua presença, como os presidentes Boris Ieltsin (Rússia) e Jacques Chirac (França), além dos líderes locais: o premiê Shimon Peres (Israel) e o rei Hussein (Jordânia).
A segurança da cidade turística foi reforçada com uma grande quantidade de soldados armados.
Prisões
O Exército de Israel prendeu ontem em Belém 20 pessoas suspeitas de participar do Hamas. Os israelenses vendaram os olhos de vários palestinos, juntaram-nos em uma praça da cidade e os interrogaram.
A polícia palestina disse ter prendido na faixa de Gaza 6 dos 13 líderes mais procurados do Hamas. Entre os presos estava Saied Abu Musameh, um dos fundadores do grupo ainda em liberdade.
Por causa das prisões da última semana, o premiê Shimon Peres relaxou o confinamento dos palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza por 12 horas.

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