São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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CCJ decide futuro da CPI dos bancos

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), vai entregar à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) a decisão sobre a possibilidade de instalar a CPI dos bancos mesmo sem a indicação de todos os representantes dos partidos.
A decisão deve dificultar a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito.
O governo vem tentando barrar as investigações convencendo o PFL, PSDB e o PTB a não indicarem seus representantes na CPI.
Sarney chegou a dizer que instalaria a comissão de inquérito caso mais da metade de seus componentes fosse indicada.
Simon
A decisão de Sarney de remeter à CCJ a palavra final foi provocada por um requerimento do senador Pedro Simon (PMDB-RS).
Simon pediu que a CCJ se pronunciasse sobre o fato de a CPI das empreiteiras não ter sido instalada, apesar de mais da metade dos seus membros terem sido indicados.
Simon é o autor do pedido de investigação das empreiteiras.
A bancada do PFL formalizou ontem a decisão de não indicar representante para a CPI dos bancos. "Estrategicamente, no momento, o partido considera que a CPI é inconveniente", afirmou o senador Hugo Napoleão (PI).
Os pefelistas vão, no entanto, manter contatos com outras lideranças no Senado. Segundo Napoleão, caso a comissão seja instalada, "o PFL não será o único partido a não indicar representantes".
A Folha apurou que a estratégia do PFL -comunicada ontem ao presidente em exercício Marco Maciel- é tentar inviabilizar a CPI, mas, caso isso seja inevitável, o partido aceitaria compor a comissão, tornando-se parte da "tropa de choque" do governo.
Depoimentos
O chefe do Departamento de Fiscalização do Banco Central, Adilson Ferreira, faltou ontem pela segunda vez ao depoimento na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) sobre o sistema financeiro.
Ferreira enviou carta à CAE afirmando que não poderia depor porque estaria em viagem.
Estão marcados para hoje os depoimentos do presidente do Ibracol (Instituto Brasileiro de Contabilidade), Irineu de Mula, e do ex-diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Hugo Rocha Braga.
O depoimento dos irmãos Eduardo e Marcos Magalhães Pinto, ex-controladores do Banco Nacional, na CAE foi marcado para o próximo dia 20. Os dois deveriam falar esta semana nas comissões que analisam as MPs do sistema financeiro, mas os depoimentos foram adiados.

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