São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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BNDES pode financiar a venda da Light

DA SUCURSAL DO RIO

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), gestor do programa de privatização, está estudando mudanças no contrato de concessão da Light Serviços de Eletricidade.
A intenção é tornar a empresa mais atraente para os investidores.
A Light tem leilão de privatização marcado para 18 de abril. O preço mínimo de leilão é de R$ 2,4 bilhões, para 60% do capital da empresa. O pagamento terá de ser todo à vista, sem uso de "moeda podre" ou títulos da dívida externa.
O preço vem sendo questionado pelos investidores e o BNDES poderá financiar parte do dinheiro necessário à compra do controle da empresa.
A diretora do BNDES para a área de desestatização, Elena Landau, admite até adiar a data do leilão se isso for necessário para tornar a empresa mais atraente e com possibilidade de ser mais eficiente no futuro.
Por enquanto, segundo Landau, a data está mantida. Ela disse que até a próxima sexta-feira o banco irá definir que mudanças poderão ser feitas no contrato de concessão da Light.
O principal objetivo seria de dar maior autonomia de gestão aos novos controladores da empresa, responsável pelo fornecimento de 80% da energia elétrica consumida no Estado do Rio de Janeiro.
As propostas que venham a ser elaboradas pelo BNDES terão que ser levadas ao exame do DNAEE (Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica), órgão que tem a última palavra sobre a concessão.
A concessão para os novos controladores da Light será por 30 anos, renováveis por mais 30. O DNAEE será o órgão fiscalizador dos novos concessionários.
Ontem de manhã, Landau recebeu a visita de representantes da empresa chilena Chilectra, uma das principais interessadas na compra da Light. Eles foram pedir esclarecimentos sobre o edital de venda da empresa.
À tarde, a diretora do BNDES participou de um debate no Centro Cultural Banco do Brasil (centro do Rio) sobre a venda da Light.
Ela disse que ainda não há nada decidido sobre a concessão de financiamento do BNDES para a compra da empresa, mas no mercado isso já é dado como certo. Elena Landau disse também que o governo não vai fazer mudança no preço mínimo da Light.
Ela disse que, em contato com grandes bancos de investimentos internacionais, constatou que o preço da Light não está fora das projeções feitas por bancos.

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