São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Procuradoria recebe primeira notícia-crime contra banco

BC pede enquadramento na Lei do Colarinho Branco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, recebeu ontem do Banco Central a primeira notícia-crime contra o Banco Nacional.
Para o BC, as irregularidades encontradas no Nacional podem ser enquadradas na Lei do Colarinho Branco, que define os crimes contra o sistema financeiro.
Os documentos enviados à Procuradoria foram produzidos pela equipe que faz inquérito sobre o Nacional desde dezembro.
Eles dizem respeito ao esquema de 652 operações de empréstimos, no valor total de R$ 5,3 bilhões, que o BC acredita serem fictícios.
Segundo a área técnica do BC, o relatório enviado a Brindeiro diz respeito a apenas parte das operações fraudulentas.
Para cada um dos empréstimos, que datam de 1986 e 1987, é necessário reunir extensa documentação sobre toda a evolução da operação. Por isso, o BC decidiu enviar os documentos por etapas.
Em nota divulgada ontem à noite, o BC informou que as investigações no Nacional continuarão e, quando forem reunidos novos indícios de irregularidades, os dados serão enviados à Procuradoria.
Atrito
O BC continua em atrito com a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado devido ao convite para que o chefe da Fiscalização, Adílson Ferreira, deponha sobre as fraudes do Nacional.
O senador Gilberto Miranda (PMDB-AM) enviou carta ao presidente do BC, Gustavo Loyola, pedindo providências para que Ferreira compareça à comissão.
Segundo a carta, as razões apresentadas por Ferreira para faltar ao depoimento são "esdrúxulas".

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