São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Licitação de computador foi questionada

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A compra de 200 laboratórios de informática pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo é a primeira grande aquisição do tipo em uma rede pública brasileira. Por isso, é vista como porta de entrada para outros mercados.
Seis consórcios se candidataram na primeira fase da licitação (a habilitação, onde é avaliada a documentação dos proponentes). Mas apenas dois candidatos passaram para a segunda fase (quando a proposta técnica é analisada).
As críticas ao processo de licitação começaram em julho do ano passado, quando o consórcio IBM-Educare foi desqualificado. Só restou, para a fase final da licitação (comparação de preços), o consórcio Compaq-Futurekids.
Em 21 de agosto, o consórcio IBM-Educare obteve liminar na Justiça para que sua proposta de preço também fosse avaliada.
Abertos os envelopes, o laboratório da IBM saía R$ 15,3 mil mais barato que o da Compaq, a vencedora da licitação (R$ 63,5 mil contra R$ 78,8 mil). Agora, a Compac baixou o preço para R$ 62,9 mil.
Crítica
No processo judicial que se seguiu, a Educare acusou a Futurekids de falsear dados sobre a sua experiência com softwares de administração escolar.
O dono da Futurekids no Brasil, Luís Namura Poblacion, 39, afirma que "é claro" que sua empresa tem experiência nessa área. "Vou mostrar isso nas escolas."
Representantes da Secretaria Municipal da Administração, que conduziram a licitação, afirmam a IBM ficou de fora da concorrência por não ter oferecido apoio técnico diretamente nas escolas em no máximo 24 horas após o pedido.
O consórcio IBM-Educare disse que isso seria feito via telefone, por monitoramento à distância do computador. O argumento não convenceu o juiz, que derrubou a liminar no dia 21 de novembro.
"Essa assistência no local é fundamental para as escolas municipais. Além disso, sai cara", afirma o assessor da prefeitura na compra e funcionário da Prodam (Companhia de Processamento de Dados do Município, Manuel Contreras.
"O fato de eles mudarem o projeto após a licitação mostra que há algo de estranho", diz Mauro Aguiar, diretor da Educare.
(FR)

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