São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Venezuela terá medidas contra crise

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente venezuelano Rafael Caldera anunciou, ontem, em mensagem enviada ao Congresso, as medidas que pretende tomar para reverter a crise que ameaça o país com uma hiperinflação.
São elas: aumento do preço da gasolina (hoje custa US$ 0,03 por litro), incremento da arrecadação fiscal para equilibrar as contas públicas, reforma das leis trabalhistas, liberação do câmbio e acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
O objetivo, segundo Caldera, é conter a inflação que já atinge 73% ao ano (8,1% em fevereiro), reduzir o déficit fiscal de 7% para 2% do PIB (Produto Interno Bruto) e definir regras para investimentos.
Apesar de frisar que o que está em jogo é a "Venezuela", Caldera não fixou datas para as ações que pretende tomar. O presidente ressaltou a urgência das medidas e a cobrar apoio dos parlamentares à austeridade que deverá impor.
A maioria dos partidos, entretanto, recusam apoio incondicional, especialmente ao aumento de impostos sobre os combustíveis, operações financeiras e artigos de luxo.
Na segunda-feira, houve manifestações em todo o país por reajustes salariais compatíveis com o aumento da inflação.
Vários ministros já alertaram Caldera para o risco de a inflação alcançar os três dígitos em 1996.
Os ministros aproveitarão a reunião semanal com o presidente Caldera, hoje, para entregar seus cargos, abrindo espaço para que o presidente faça uma recomposição política para se fortalecer.
O ministro do Planejamento, Edgar Paredes Pisani deverá ser substituído pelo líder do partido socialista (MAS), Teodoro Petkoff.
Caldera espera concluir, na semana que vem, conversas com o FMI que prevêem um empréstimo "stand-by" de US$ 3 bilhões.

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