São Paulo, sábado, 16 de março de 1996 |
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Favelados preferem Cingapura
GEORGE ALONSO
"Essa fila não é pra fazer inscrição no Cingapura?", perguntou interessada Rosa Lopes da Silva, 56, que passava por ali e quis saber o porquê daquela movimentação. Cerca de 200 pessoas fizeram fila no cadastramento, na verdade uma pesquisa para identificar quantos estão desempregados, sem moradia, e quantos estariam dispostos a voltar para o campo, caso ocorra uma reforma agrária. O questionário (13 perguntas) foi feito pelo MST, CUT, Central dos Movimentos Populares (CMP), Pastoral da Moradia (da Igreja Católica) e Ação da Cidadania. A maioria das pessoas que se cadastrou, conforme apurou a Folha, disse "não" à possibilidade de voltar ao campo. Em 30 questionários, só oito se dispunham ao retorno à terra. "Estou procurando moradia. Não voltaria pro sertão", disse a piauiense Luiza Clara das Virgens, 50, apesar de estar desempregada. Gilmar Mauro, dirigente nacional do MST, reconhece que o fenômeno urbano é inevitável. Mas os que manifestarem interesse pela terra serão contatados. A direção do movimento dos sem-terra anunciou que hoje vai pedir ao cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, apoio para a "via-sacra da terra", marcha a pé dos sem-terra rumo à capital paulista em abril. (GA) Texto Anterior: Ato de sem-terra vira duelo de petistas Próximo Texto: Índios pedem parecer contra Jobim Índice |
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